domingo, 21 de outubro de 2018

Geologia da Lua e da Terra


Geologia da Lua e da Terra

A terra e o seu satélite natural

 Agora você conhecerá um pouco da geologia da Lua através da comparação com a geologia da Terra.
A Lua apresenta um relevo bastante irregular, semelhante ao encontrado na Terra, com imensas elevações, vales e fendas. Nela há dois tipos principais de topografias: os mares, que são planícies grandes, pouco acidentadas que são vistas da Terra a olho nu e os planaltos, que são áreas ásperas em torno dos mares, tendo coloração clara e cheia de crateras.
Com o desenvolvimento das naves espaciais descobriu-se que toda a superfície da Lua, mesmo os mares que são aparentemente lisos, na verdade são cobertos de crateras, algumas enormes e outras medindo menos de um centímetro.

Os astronautas que participaram das várias missões lunares trouxeram amostras de rochas que foram analisadas por geólogos; são amostras de grande importância, pois fornecem informações de um segundo corpo celeste, que nos permite comparar os processos que ocorrem na Lua com os que ocorrem na Terra.
Grande parte da história geológica da Lua está guardada nas rochas lunares e os nossos geólogos tentam decifrar esse registro.
Há uma grande diferença entre as rochas que compõem os mares lunares das rochas que formam as áreas montanhosas.
A rocha 12064 é uma pedra vulcânica retirada do Oceano das Tempestades pelos astronautas da Apolo 12, a qual apresenta uma textura bastante típica de magma resfriado rapidamente. Nesta rocha se pode ver clivagens que medem 3 milímetros por menos de meio milímetro, feldspatos que são grãos longos, finos e brancos que refletem a luz quando esta incide sobre as clivagens. Esta rocha é bastante parecida com o basalto terrestre, derramado sobre a superfície da Terra e resfriado rapidamente.
O conhecimento geológico que temos a respeito da formação de rochas na Terra pode ser aplicado às rochas lunares.

ROCHA LUNAR 12064

Em uma área onde há derramamento de lava, encontramos rocha de origem vulcânica chamada basalto. Nela podemos perceber alguns cristais que são grãos brancos os quais refletem a luz solar. A maior parte desse tipo de rocha consiste de cristais tão pequenos que não podem ser vistos nem com uma lupa e boa parte dessa rocha compõe-se de vidro vulcânico. Esses pequenos cristais indicam que a rocha ainda em estado de fusão se resfriou muito rapidamente e é isso que ocorre em regiões onde há derramamento de lava.
Comparando-se o tamanho dos cristais de uma rocha terrestre com o tamanho dos cristais de uma rocha retirada do mar lunar, nos dá a certeza de que ambas são rochas de origem vulcânica.
Há também outras técnicas para haver a confirmação e uma delas consiste em preparar secções finas das rochas terrestre e lunar que deixam passar a luz. A luz polarizada revela claramente os minerais de que se compõem as rochas. Os cristais são razoavelmente pequenos, em grande número e  com listras cinza-claro e cinza escuro: são cristais de feldspato.  
Os cientistas verificaram que as rochas lunares mais antigas datam de aproximadamente 3,9 bilhões de anos e foram encontradas nos mares lunares; as mais recentes tem cerca de 3 bilhões de anos. Elas são mais velhas que todas as formações rochosas da Terra.
Os mares lunares são antigos derramamentos de lava que inundaram imensas regiões da Lua.
Complicado foi desvendar a origem das rochas das regiões montanhosas, pois estas sofreram notáveis alterações desde a sua formação original. Elas em geral são compostas de partículas de pedaços de diversas outras rochas que formaram uma rocha nova chamada brecha, a qual é formada de uma mistura de pedaços quebrados e irregulares unidos por um material escuro.
A causa de tudo isso são os meteoróides que caem na superfície da Lua com grande velocidade e no impacto desenterram uma quantidade imensa de rocha, sendo que parte dessas rochas se funde, devido ao intenso calor produzido pela energia do impacto do meteoróide.


Rocha sólida se mistura com rocha em fusão a qual se resfria, endurece e forma a brecha.
Outra rocha trazida dos planaltos lunares,foi analisada pelos geólogos e apresentou as seguintes características: ela é composta inteiramente de cristais imbricados, bem maiores que os das rochas dos mares lunares.
Comparando com rochas terrestres que têm  essas características concluímos que se trata de uma rocha chamada  anortosita. Os geólogos afirmam que para que estes cristais tenham se tornado tão grandes, a rocha ainda em estado de fusão deve ter se resfriado a grandes profundidades durante um longo período. Daí se pode concluir que os planaltos lunares estiveram em certa fase em estado de fusão e se resfriaram lentamente.
É possível que as regiões montanhosas tenham sido as rochas que primeiro se formaram sobre a Lua, porque as rochas provenientes de lá, datam aproximadamente 4,5 bilhões de anos. A análise da composição química das rochas provindas dos planaltos e dos mares mostram que elas são compostas principalmente de cinco elementos: silício, alumínio, magnésio, ferro e cálcio.
A rocha lunar observada, proveniente das regiões montanhosas apresentou como cristais mais comuns, os feldspatos. O mesmo aconteceu com as rochas do mar, porém com cristais bem menores devido a rocha do mar ter se resfriado muito mais rapidamente.
Para que se derreta uma quantidade imensa de rochas é necessário que tenha havido uma fonte muito grande de calor dentro da Lua e tanto os mares quanto as montanhas estiveram em estado de fusão.
Os cientistas concordam que o interior da Lua pode ainda ser muito quente ou mesmo estar em estado de fusão.
Para verificar isso, foram colocados diversos sismógrafos na superfície da Lua com objetivo de que eles detectassem vibrações ocasionadas por tremores lunares e impactos de meteoróides. Os sinais gerados pelos sismógrafos são transmitidos por ondas de rádio para a Terra, para serem analisados por computadores.

Os abalos lunares foram registrados e indícios a respeito  da constituição  do interior da Lua, nos foram dados pelos diferentes tipos de ondas produzidos pelos abalos ocorridos na Lua.
As ondas “P”, as primeiras a chegar, viajam através das rochas sólidas como também das que estão em estado de fusão. Em seguida chegam as ondas “S”, que não viajam através da rocha em estado de fusão.
Quando os cientistas analisaram as ondas originadas na Lua( na face oculta ) perceberam que as ondas “P” que passavam pelo centro eram ligeiramente atrasadas, porém as ondas “S” que deveriam passar pelo centro da Lua, eram inteiramente absorvidas e somente chegavam a estação registradora as ondas “S” que passavam distantes do centro, significando que o núcleo da Lua está parcialmente ou completamente em estado de fusão.
A história geológica da Lua, narrada brevemente aqui, começa há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, na época em que se formava o sistema solar e a Lua era uma bola de fogo, a qual, a medida que ia se resfriando formavam-se diferentes tipos de cristais, cujos mais densos sedimentavam-se no fundo e os menos densos, especialmente os feldspatos emergiam formando camadas de diferentes tipos de rochas.
Os planaltos lunares se formaram durante os primeiros cem ou duzentos milhões de anos da existência do nosso satélite.
A Lua foi bombardeada por meteoróides durante centenas de milhões de anos.
A comparação feita do solo lunar e do solo terrestre só foi possível devido o avanço das pesquisas que foram realizadas com o desenvolvimento da Astronáutica.