sábado, 22 de dezembro de 2018

Período terciário, Período diluviano e período pos-diluviano


Período Terciário

Neste período o estado da superfície da Terra muda completamente de aspecto apresentando condições de vitalidade que se aproximam da atual. Houve no início desse tempo, uma parada na produção vegetal e animal, havendo marcas de uma destruição quase geral dos seres vivos. Novas espécies, com uma organização mais perfeita, melhor adaptada à natureza passa a viver sobre o nosso planeta.
A resistência da crosta terrestre já não era tão fraca, pois a sua espessura havia aumentado; as matérias em alta temperatura, comprimidas por toda parte, acabaram por produzir uma explosão na qual a massa granítica foi violentamente quebrada, formando-se rachaduras com a crosta sólida sendo erguida e aprumada, formando-se os picos e cadeias de montanhas e a superfície do solo tornou-se então desigual e as águas cobriram as partes mais baixas, deixando a seco grandes continentes; o aspecto do globo foi transformado, porém isso não aconteceu nem instantaneamente, nem simultaneamente sobre todos os pontos e sim, em épocas mais ou menos afastadas.
Uma das conseqüências desse soerguimento foi provocar uma inclinação nas camadas de sedimentos, que eram primitivamente horizontais. Nos flancos e nas vizinhanças das montanhas é que essas inclinações foram mais pronunciadas.
Essas camadas se ergueram em montanhas levadas acima do seu nível normal, e, fazendo-se um corte vertical no flanco da montanha, é possível se chegar à rocha granítica e vê-la em toda sua espessura, bem como bancos de conchas, primitivamente formados no fundo dos mares; são os depósitos marinhos que se encontram sobre determinadas montanhas, pertencentes às formações mais antigas e que estavam em sua posição primitiva, numa grande profundidade.
A massa granítica depois do soerguimento, deixou em alguns lugares fissuras por onde escapa a matéria em fusão: são os vulcões que são como que chaminés de uma imensa fornalha, são válvulas de segurança que servem de saída ao excesso de matérias ígneas, preservando a Terra de comoções muito mais terríveis.
Podemos ter uma ideia desse poder imenso provindo do centro da Terra ao saber que existem vulcões no próprio seio do mar, e que a massa de água que os recobre e neles penetra não é suficiente para extingui-los.
Materiais que foram arrastados pelas correntes das águas formaram as camadas do período terciário que podem facilmente ser reconhecidos tanto pela sua composição quanto pela sua disposição.
 As camadas dos períodos anteriores são quase uniformes por toda a Terra enquanto que as do período terciário são formadas sobre uma base muito desigual e pelo arrastamento das águas.
O período terciário no qual houve a formação de extensos continentes é caracterizado pela aparição dos animais terrestres.

Período Diluviano

É o período marcado por um dos maiores cataclismos que ocorreu no globo, mudando novamente o aspecto da superfície e destruindo enorme quantidade de espécies vivas. As águas foram retiradas de forma violenta dos seus leitos, invadindo os continentes, arrastando com elas terras e rochas, desenraizando florestas seculares, criando novos depósitos, chamados em Geologia de depósitos diluvianos. 
Como marca significativa desse desastre são as rochas chamadas blocos erráticos, que se encontram isolados nas planícies, sobre terrenos terciários, no início de terrenos diluvianos, a várias centenas de quilômetros das montanhas de onde foram arrancadas.

Tanto em Geologia quanto em Geomorfologia bloco errático, é uma pedra imensa transportada para locais distantes e difere do tipo de rocha nativa do local que se encontra

Estátua de Pedro, o grande

Um desses blocos provindos por sua constituição  das montanhas da Noruega, servem de pedestal à estátua de Pedro, o grande, em São Petersburgo.
Um outro fato do qual ainda não se explica a causa é de que foi nos terrenos diluvianos que se encontraram os primeiros aerólitos; foi nessa época que os pólos começaram a se cobrir de gelo e se formaram as geleiras das montanhas.
Essas mudanças devem ter sido bruscas, pois não deu tempo para que os animais se retirassem para os locais de clima quente. Seus fósseis foram encontrados em grande número nas terras polares.
Supõe-se que uma mudança brusca ocorreu na posição do eixo e dos pólos da Terra e, em conseqüência disso, muitos animais pereceram; outros tentaram escapar da inundação retirando-se para locais mais altos, nas cavernas e grutas, onde pereceram em massa sendo encontrada uma grande quantidade de ossos de animais diversos que se encontram em confusão.

Período Pós-diluviano  -  Nascimento do homem

 Depois de restabelecido o equilíbrio na superfície do globo, a vida vegetal e animal retomou o seu curso. O solo, fortalecido tomou posição mais estável; o ar tornou-se mais depurado; o sol derramava a sua luz através de uma atmosfera límpida.
Foi nessa época que apareceu o homem; o que se faz pensar assim é que não foi encontrada nenhuma marca da sua existência em nenhum período anterior; pode-se pois, considerar esse período como caracterizado pela sua presença.

Próxima postagem: Literatura Brasileira

 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

PERÍODO PRIMÁRIO, PERÍODO DE TRANSIÇÃO E PERÍODO SECUNDÁRIO


PERÍODO PRIMÁRIO

Período Primário

Com o resfriamento veio a solidificação da superfície exterior da massa em fusão, formando-se uma crosta resistente constituindo a pedra chamada granito, de extrema dureza e com o aspecto granulado, na qual se distinguem três substâncias principais: o feldspato, o quartzo ou cristal de rocha e a mica, que tem brilho metálico embora não seja metal.
A camada granítica, produto direto da matéria em fusão consolidada, foi a primeira formada no globo terrestre. Sobre ela foram depositadas camadas de outros terrenos formados posteriormente. Ela pode se distinguir de outros terrenos pela ausência de estratificação, pois ela forma uma massa compacta e uniforme.
O resfriamento também liquefez algumas matérias contidas no ar no estado de vapor e estes se precipitaram na superfície do solo. Com as chuvas formaram-se lagos de enxofre e de betume, que são misturas de hidrocarbonetos, solúveis em solvente orgânico, onde se encontravam também outros metais (ferro, cobre, chumbo, etc). Estes metais infiltraram-se nas fissuras e constituíram os veios e filões metálicos.
Devido à influência desses agentes, a superfície de granito sofreu decomposições alternativas e ocorreram misturas que vieram a formar os terrenos primitivos, diferentes da rocha granítica.
As águas que caiam sob forma de chuva sobre o solo ardente, se vaporizavam e tornavam a cair, em um ciclo que durou diversos séculos, até o momento em que a temperatura lhe permitiu ficar no solo no estado líquido.
Nesse primeiro período houve um verdadeiro caos de todos os elementos dissolvidos, procurando a sua estabilidade, em uma fornalha onde nenhum ser vivo poderia existir. Não é possível determinar a duração desse primeiro período, mas comparando-se uma bola de carvão incandescente do tamanho da Terra, calcula-se que o tempo necessário para que uma gota de água pudesse nela permanecer no estado líquido, seria de mais de um milhão de anos.

Período de Transição

No começo deste período a crosta granítica, era ainda muito fina, não oferecendo uma resistência muito grande à efervescência da matéria, que ela recobria e comprimia.
Produziram-se então nela, dilatações e muitas fraturas pelas quais a lava interior se expandia. O solo apresentava pequenas desigualdades em seu relevo e as águas cobriam quase toda a superfície do globo. O ar foi dissociado da matéria mais pesada que ainda estaria  em estado gasoso, pois esta matéria se condensava devido o resfriamento e caia sobre o solo, sendo arrastada pelas águas. Entenda-se este resfriamento em um sentido relativo, pois a temperatura ainda era muito quente.
A atmosfera estava ainda bastante obscurecida, entretanto os raios de Sol começavam a aparecer.
As camadas de terreno de sedimento começaram a se formar nessa época, depositadas que eram pelas águas lamacentas que continham matérias diversas. Quando as condições se fizeram propícias, apareceram os primeiros seres vivos, os vegetais de organização bastante simples, chamados na Botânica de criptógamas, acotiledônias, monocotiledônias, ou seja, os liquens, musgos, cogumelos e plantas herbáceas.
Os animais que sucederam os vegetais são exclusivamente marinhos, os pólipos, os radiários, os zoófitos, animais de organização muito simples que mais se aproximam da organização dos vegetais; depois vieram crustáceos e peixes cujas espécies não existem mais.
Os terrenos a descoberto foram tomados rapidamente por uma vegetação pujante devido ao calor, umidade e o excesso de ácido carbônico misturado ao ar, gás esse que não era próprio a respiração dos animais terrestres, mas necessário às plantas. Ao mesmo tempo as plantas aquáticas aumentavam em número no seio dos pântanos.
Devido o deslocamento das águas os terrenos com vegetação foram diversas vezes submersos, encobertos de novos sedimentos terrosos, havendo várias gerações de vegetais aniquilados e renovados, fato este que não ocorreu com os animais, pois eram até então, todos aquáticos.
Os detritos que foram acumulados durante imensa série de séculos, formaram camadas de grande espessura  que após sofrerem ações  da temperatura, pressão, umidade, agentes químicos, gás, ácidos e sais, produtos da combinação dos elementos primitivos, foram submetidos a uma fermentação que os converteram em hulha ou carvão, que são encontrados em todos os continentes.
A hulha é encontrada inclusive nos pólos e disso se conclui que naquela época a vegetação era uniforme e a temperatura também.
Os pólos não eram cobertos de gelo e a Terra tirava do seu interior o calor necessário, que era bem maior que o que podiam dar os raios solares, fracos devido a densidade da atmosfera. Com a diminuição do calor central, o aquecimento fornecido pelo Sol tornou-se preponderante e assim, se formaram as regiões polares, que por não receberem senão os raios oblíquos do astro-rei,  cobriram-se de gelo.
Este período provavelmente foi muito longo devido o número de camadas e a largura da camada de hulha encontrada. Na Baia de Fundy, na Escócia, foi encontrada uma grossa camada com 68 níveis diferentes que apresentavam traços evidentes de diversos solos de floresta.
Considerando-se mil anos para a formação de cada nível, seriam então 68 mil anos para esta única camada de hulha.

Período Secundário

  Findado o período de transição desapareceu tanto a vegetação colossal quanto os animais que caracterizaram essa época, e os estudos dos terrenos que constituem o fim desse período atestam grandes transtornos causados tanto pelos levantamentos do solo, quanto pelas erupções que derramaram grandes quantidades de lavas.
A vegetação do período secundário é menos colossal, possivelmente em consequência da diminuição do calor e da umidade, como também das modificações sobrevindas nos elementos constitutivos da atmosfera.
Sob o aspecto mineral, é caracterizado por camadas numerosas e fortes, que demonstraram uma formação lenta no seio das águas.
Os animais são aquáticos ou anfíbios; existem conchas e novos peixes com uma organização mais aperfeiçoada; aparecem os primeiros cetáceos.
Os animais que caracterizam essa época são os répteis monstruosos, tais como o ictiossauro (espécie de peixe-lagarto), o plessiosauro (réptil marinho), o teleossauro (que mais se aproxima dos crocodilos atuais), o megalossauro (grande lagarto), o iguanodonte (o maior dos lagartos que apareceu sobre a Terra), o pterodáctilo. O primeiro fóssil de plessiosauro foi encontrado na Inglaterra, em 1823.
Nesse período o ar sendo mais depurado e mais próprio para a respiração, permitiu a alguns animais, viver sobre a Terra. O mar tendo sido várias vezes deslocado do seu leito, favoreceu o desaparecimento dessas raças de animais aquáticos gigantescos, sendo substituídos por espécies análogas de tamanho menor.

Leia na próxima postagem a respeito do  período terciário, do período diluviano e  do período pós-diluviano ou atual.

 



segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Períodos Geológicos da Terra


Períodos Geológicos da Terra
Os diferentes terrenos que compõem a estrutura da Terra nos dão traços evidentes de sua formação. A Geologia lançou luz sobre a questão da origem do nosso planeta e da dos seres vivos que a habitam, sem contar com a possibilidade de hipóteses e sim através de uma rigorosa observação dos fatos, na presença dos quais a dúvida não é permitida, em vista de que a história da formação do globo está escrita nas camadas geológicas, onde a própria natureza fala e se mostra a descoberto. A Geologia tira conclusões  apenas daquilo que vê, não afirmando nada a respeito de pontos duvidosos. Sem as descobertas da Geologia e da Astronomia, a gênese do mundo ainda permaneceria nas trevas da lenda.
Fósseis de animais e vegetais foram encontrados em grandes quantidades  nas diferentes camadas que compõem o novo solo; alguns nas mais duras pedras, de onde se conclui que a existência deles é anterior à formação das próprias pedras. Devemos considerar o número prodigioso de séculos que foram necessários para haver o endurecimento dessas rochas e chegaremos a conclusão que o aparecimento de seres orgânicos sobre a Terra se perde na noite dos tempos.
Entre esses fósseis alguns sofreram petrificações propriamente ditas, pois foram penetrados em todas as partes por substâncias  silicosas ou calcáreas que os transformaram em pedras. Outras foram envolvidas por matérias  que se solidificaram depois e há também os que deixaram apenas marcas nas rochas; marcas com uma clareza e delicadeza perfeitas, tais como marcas de dedos e unhas, das quais se reconhecem de qual espécie de animal provinham.


Fóssil de dinossauro
Fóssil de filhote de pássaro de 127 milhões de anos
Luzia, o fóssil mais antigo das Américas
Os fósseis de animais encontrados podiam ser ossos, escamas, chifres, esqueletos completos ou partes, das quais se pode conhecer com perfeição a procedência.
 Feita a inspeção de uma mandíbula ou de um dente, descobre-se se pertence, por exemplo, a um animal herbívoro ou carnívoro. Sabe-se que todas as partes de um animal, tem correlação necessária com o todo, e assim, apenas um osso é suficiente para determinar a estrutura e forma geral, o gênero de vida do animal, seus hábitos, se são animais terrestres, marinhos ou de água doce. 
As camadas que compõem o solo foram originadas ao longo de períodos de tempo de grande duração e à medida que as camadas terrestres se aproximaram de nossa época, as espécies animais e vegetais se aproximaram também das que existem hoje.
Em uma determinada região onde foram encontrados fósseis marinhos, terrestres e de água doce é uma prova irrecusável de que essa região, foi invadida pelo mar, colocada a seco e coberta de lagos, fatos que ocorreram certamente ao longo de milhares de séculos, realizados por uma força poderosa que foi capaz de deslocar os oceanos, elevar as montanhas, provocando revoluções físicas, comoções violentas que modificaram completamente a superfície da Terra e dividiram a sua história em várias épocas ou períodos geológicos, cujo conhecimento é necessário para o estabelecimento da Gênese, sendo esses os seis principais: período primário, período de transição, período secundário, período terciário, período diluviano, período pós-diluviano ou atual.
Estado Primitivo do Globo
A Terra era em sua origem uma massa incandescente. Em conseqüência da irradiação do calor, pouco a pouco foi se resfriando e este resfriamento começou logicamente pela superfície, que endureceu, porém o seu interior permaneceu fluido devido às altas temperaturas.
A espessura da crosta terrestre é bastante variável, pois existem lugares, principalmente nos terrenos vulcânicos onde o calor e a flexibilidade do solo indicam que ela é bastante reduzida.
Ainda nesse tempo de massa incandescente, as substâncias que compõem a Terra e que nós vemos hoje, sob a forma de líquidos e de sólidos, encontravam-se num estado bastante diferente. Em consequência do resfriamento e das misturas os elementos formaram novas combinações. O ar em um estado consideravelmente dilatado possivelmente se estenderia por imensas distâncias. A água transformada em vapor, estaria misturada ao ar, juntamente com toda espécie de matéria capaz de volatizar, como os metais, o enxofre, o carbono e a densidade de todos esses vapores dava uma opacidade que não permitia a passagem dos raios do Sol.
Na próxima postagem escreverei sobre o período primário, período de transição e período secundário.